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Engenheiros de Pato Branco ganham destaque com pesquisas inovadoras

  • 21/07
  • Geral
  • Jornalismo
Profissionais das Engenharias e Agronomia que atuam no sudoeste do Paraná têm ganhado visibilidade nacional e no exterior com pesquisas e projetos inovadores. Dois deles, um Engenheiro Agrônomo e um Engenheiro Eletricista, atuam em Pato Branco, na região sudoeste do Estado.

 

O Engenheiro Agrônomo José Abramo Marchese, professor e coordenador do curso de Agronomia da UTFPR – Câmpus Pato Branco tem atuado em estudos que podem ser diferenciais importantes no setor.

 

Abramo trabalha com a bioprospecção de moléculas, especialmente com a indução de resistência (IR) em plantas, uma alternativa de controle de doenças em vegetais e que consiste no aumento da capacidade de defesa da planta contra amplo espectro de organismos fitopatogênicos, incluindo fungos, bactérias e vírus.

 

O professor lida com substâncias que geram a indução de resistência desde 2005 e destaca que o tema tem atraído atenção de pesquisadores de todo o mundo. Na Europa, já existem produtos disponíveis, enquanto no Brasil só há um – o análogo do ácido salicílico, da molécula Acibenzolar-S-metílico. Outras substâncias estão em processo de registro no Ministério da Agricultura.

 

As pesquisas em Pato Branco já alcançaram resultados, com moléculas produzidas em parceria com o departamento de Química da UTFPR de Pato Branco, sob a coordenação do professor Mário Antônio Alves da Cunha.

 

“Trabalhamos com moléculas naturais produzidas por fungos que causam doenças em plantas. Os fungos são multiplicados em biorreator e produzem essas moléculas. Quando aplicadas nas plantas, elas ‘interpretam’ que estão sendo atacadas pelo fungo e acabam produzindo substâncias de defesa. Quando a doença ocorre de fato, a planta está imunizada”, explica o professor, que também é coordenador do Colégio de Instituições de Ensino (CIE) da Regional Pato Branco do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR).

 

José Abramo Marchese conta ainda que as moléculas foram testadas no Brasil, com resultados promissores em várias culturas, e também na Itália. No momento, os indutores de resistência estão em teste de campo junto com uma empresa brasileira, com um acordo de sigilo que limita a divulgação de informações.

 

O professor também pesquisa outra solução inovadora, no tratamento da malária. Estudos com a Artemísia (Artemisia annua L.) começaram em 2000. Da planta originária da China extrai-se a molécula artemisinina, cujos derivados são os mais eficazes no combate à malária, atualmente.

 

“Todavia, o plasmódio causador da malária está adquirindo resistência em alguns países aos derivados da artemisinina. E desenvolvemos superplantas de Artemísia com altos teores do composto, resultado do trabalho de mais de 20 anos aqui com melhoramento genético por seleção natural.”

 

Com o pó da folha dessas superplantas, desenvolvidas na UTFPR em parceria com a Unicamp, estão sendo produzidos comprimidos. Uma empresa pré-incubada recentemente no Hotel Tecnológico da universidade, a Artemis Biopharma, está testando a estabilidade do composto e há interesse da maior indústria farmacêutica estatal do Brasil. O projeto da Artemis Biopharma foi apresentado no Congresso Mundial de Plantas Comestíveis, Medicinais e Aromáticas (Icemap), neste ano, na Itália, e despertou a atenção de investidores italianos.

 

Há também a possibilidade de levar os comprimidos de artemisinina para os países pobres da África e da Ásia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou relatório no final do ano passado, com dados de 2017: foram registados cerca de 219 milhões de casos de malária em 87 países. No Brasil, em 2018, foram notificados 194.271 casos da doença.

 

“Queremos oferecer um tratamento completo a um custo bem menor”, diz o professor Abramo, acrescentando que o objetivo é reduzir o valor do tratamento, que hoje é de US$ 2,00 (três dias, dois comprimidos ao dia), para US$ 0,50.

 

Sensor conquista patente internacional 

A Copel obteve junto ao Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos (USPTO) o registro da patente do capacete com sensor elétrico. A carta de concessão permite produzir, utilizar, oferecer para venda e comercializar o produto naquele país por meio de contratos de licenciamento.

 

O sensor acoplado ao capacete detecta campos elétricos a aproximadamente um metro de distância. Se houver corrente elétrica, o aparelho emite um alerta sonoro, avisando do risco de choque elétrico. A ideia de se criar um sensor é do Engenheiro Eletricista Paulo Moreira de Souza, gerente de Projetos e Obras da Copel, em Pato Branco, e surgiu por volta do ano 2000. O projeto começou efetivamente em 2004, com recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e foi licenciado para produção no Brasil em 2016. O desenvolvimento envolveu profissionais de várias áreas para chegar a um equipamento leve e à prova de poeira, água e impactos.

 

“Na Copel, testar e aterrar são procedimentos de segurança em redes elétricas. A ideia do sensor foi complementar esses procedimentos e garantir a segurança dos eletricistas”, conta Paulo.

 

O sensor foi a primeira patente internacional obtida pela Copel. Hoje, 550 eletricistas da rede de distribuição da companhia utilizam o capacete com o sensor. A intenção é que todos os colaboradores diretos e também os de serviços terceirizados usem o equipamento, no futuro.

 

A Copel também recebe royalties da comercialização dos capacetes com sensor pela FEERGS Ferramentas e Equipamentos Elétricos, selecionada por meio de chamada pública. A venda no mercado americano vai gerar receita para a companhia seguindo a mesma lógica.

 

“Eu não fazia ideia de que chegaria tão longe, com a patente internacional. Sinto-me realizado, como Engenheiro Eletricista, participando do desenvolvimento de equipamento que vai ajudar a evitar acidentes, ainda mais no nosso trabalho, que tem um grau de risco muito grande”, observa Paulo.

 

O Engenheiro Eletricista avalia que a aplicação do capacete com Sensor de Proximidade de Rede de Distribuição Energizada é ampla, pois o acessório pode ser ajustado para qualquer rede elétrica no planeta.

 

Crea-PR

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), autarquia que este  ano comemora 85 anos, é responsável pela regulamentação e fiscalização da atuação de profissionais e empresas das áreas da Engenharias, Agronomias e Geociências. Além de regulamentar e fiscalizar, o Crea-PR também promove ações de atualização e valorização profissional por meio de termos de fomentos disponibilizados via Editais de Chamamento.


Informações para a imprensa:

Antônio Menegatti

Pato Branco – PR

(46) 99912-9002

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